Quantos ais?

Hoje não é sábado

Não irei à feira

Não lerei bobeira

Não comerei demais

Nem tampouco é sexta

Não pintarei as unhas

Nem dormirei demais

Hoje é feriado?

Então, irei ao teatro

Molière? Shakespeare?

Ou vernissage?

Arte em branco e preto,

aquarelas, óleo, pigmentos?

Hoje não é sábado

Imagino o carro no estacionamento

Eu, respirando a brisa mesmo que quente

E vendo pessoas imitando gente

Show beneficente!?!?!

Multidão que delira

Espaço? Espreme, prensa,

é “de grátis”, cabe mais...

Fujo da multidão que alucina

e povoa qualquer esquina

com batuques. Seria carnaval?

Hoje não é mesmo sábado

O meu sapato de salto

irá descansar, finalmente.

É feriado. E nacional.

Vou é deitar em seu colo

Cafunés, beijos e afagos

Amando, libero meus ais...