Do outro lado
Quando guri, eu queria ser jogador de futebol,
porém eu era mais perna-de-pau do que o mais original dos piratas.
Depois quis ser cantor de rock.
Montei minha banda, escrevi canções.
Ma o axé, a lambada, o sertanejo e outros modismos
engoliram meu sonho.
Por fim quis ser poeta: colega do Quintana, do Drummond...
Quanta pretensão!
Hoje aplaudo um gol de letra,
ainda toco um violão desafinado
e "cometo" alguns tímidos versos.
Sou mais um na platéia,
feliz por ter tentado.
Faço parte dos meus sonhos,
mesmo estando do outro lado.