limbo, o início

Entre o frio e o calor

entre o sorriso e o horror

entre o rio e o mar

entre ir e ficar

em qualquer lugar

Tecnicamente é lugar nenhum

Entre o raro e o comum

entre a noite e o dia

entre a cheia e o vazio

entre o azar e a sorte

entre o sul e o norte

entre a vida e a morte,

o limbo

Entre beleza e feiúra

entre cumprir e a jura

entre genialidade e loucura

entre o antes e depois

Ai vive-se no limbo

Aí não se sabe se está

se esteve

Ai o tempo pára

entre a voz e o silêncio

Entre o movimento e o ócio

Aí está o negócio

entre o vender e comprar

entre doar e roubar

entre salvar e matar

Aí está a inteligência

A religião e a ciência

não é antes nem depois

é entre

entre o claro e o confuso

entre o branco e o branco

entre o presente e o escuro

é onde o nada existe

Onde não se é feliz nem triste

é o nada

a bifurcação

o entroncamento

Onde há a possibilidade

onde está o sinal

nem principio nem final

mas é bem aí o não lugar

onde se pode dobrar

o tempo!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 26/06/2011
Reeditado em 28/06/2011
Código do texto: T3058770