limbo, o início
Entre o frio e o calor
entre o sorriso e o horror
entre o rio e o mar
entre ir e ficar
em qualquer lugar
Tecnicamente é lugar nenhum
Entre o raro e o comum
entre a noite e o dia
entre a cheia e o vazio
entre o azar e a sorte
entre o sul e o norte
entre a vida e a morte,
o limbo
Entre beleza e feiúra
entre cumprir e a jura
entre genialidade e loucura
entre o antes e depois
Ai vive-se no limbo
Aí não se sabe se está
se esteve
Ai o tempo pára
entre a voz e o silêncio
Entre o movimento e o ócio
Aí está o negócio
entre o vender e comprar
entre doar e roubar
entre salvar e matar
Aí está a inteligência
A religião e a ciência
não é antes nem depois
é entre
entre o claro e o confuso
entre o branco e o branco
entre o presente e o escuro
é onde o nada existe
Onde não se é feliz nem triste
é o nada
a bifurcação
o entroncamento
Onde há a possibilidade
onde está o sinal
nem principio nem final
mas é bem aí o não lugar
onde se pode dobrar
o tempo!