MULHER FEITICEIRA

És tão triste, como tudo que me entristece.

Vens de púrpura vestida, pelo teu caminho.

E danças à noite, teu ser que me enternece,

num círculo de fogo, com flores de azevinho.

Qual deusa, afastas os medos com um sacudir

de ombros, junto à praia, de nossos desejos.

Femíneo corpo, que as ondas verdes fazem carpir,

quando à água vais deixar teus nobres almejos.

Hierática senhora, de meus anelos mais secretos,

Dionísio desceu até ti. E tu, em plena exaltação,

entras em êxtase, apelando aos artifícios certos,

em mil arrebatadas danças, plenas de emoção.

E quando o cansaço vem e te sentes realizada,

o que era tristeza cai no olvido de teus passos.

Mulher feiticeira, por todos nós sempre amada,

hoje és alegria, engalanada de colares e de laços.

Jorge Humberto

29/06/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 29/06/2011
Código do texto: T3064535
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