Na escrita da chuva

Olho de nuvem me vê caminhar

Longe meu passo

Coisas de nuvens

Fazem-me divagar

Encontrar canções

Tamborilando nos pingos de água na telha

Enchendo me o poço

Do saber ver pingo soar

Passos compridos de nuvens

Entre caras marejadas

Por lágrimas frias de chorar

Lágrimas que rolam no rosto

Da pureza, mãe dos pássaros

E que fazem festa no meu telhado

Deixando minha alma se alegrar

Ah quantas lágrimas

Traduzem os versos dessa mãe

Pluviais mensagens

Que banham e lavam

Os nossos assombrosos esqueceres

A disléxica mania de não querer enxergar