Na ceia
Sirva a ceia,
farto-me dela ao saber que farta-se de mim!
Mumificado pela beleza,
Odiado pelo desejo,
Aqui, embriagado pelo líquido viking,
Contemplo, a mim mesmo,
às múmias que me cozerão!
Têm elas o mesmo destino.
Fim único a todos!
A união no um nos espera.
Será único o banquete,
Não adianta fugir!
O adeus, o ódio, o passado,
Serão sempre um, com presente e futuro.
Seja bem vinda ao sempre.
Saciada pela ceia regozija-se,
O sangue quase não me sobra nas veias,
Escorreu como lágrimas,
Temperou seu molho mórbido,
Hidratou seus vermes!
A pele e o osso me sobram,
O coração, ah, este...
Triste os que não o enxergam!
É grande, forte, sublime.
Possui os mais belos ideais,
O mais forte humanismo e...
O mais humano de tudo: o defeito persa!