Ondas
Bravas ondas quebram-se nas rochas,
e você a pintar,
uma moça de vestimenta branca
e na face uma expressão sem mágoa
com o vento a levar-lhe os cabelos
e a cobrir-lhe de areia,
o sol nada clareia
apenas põe-se na imensidão da vida;
no horizonte uma gaivota, tão sozinha e isolada
feito ti, que está a pintar;
na mente da moça, vê-se amarguar e resistência
diante o imenso desejo de amar.
O sol despede-se dando lugar a lua
e estrelas que entrelaçam destinos; uma névoa surge,
o mar se agita sob a fúria de Poseidon,
e você com seu dom de paralisar os instantes
retratando-os em uma tela
com seu pincel e aquarela, na areia da praia;
delicadeza de anjo, sob o poder de fera selvagem
trilhando viagem sem volta nesse mundo ilusório
no quadro da vida, quadro de nossa vida!
E uma mosca parasita sob nossas cabeças
deve ela pensar, como somos estúpidos
por tão longa vida ter, e tão pouco aproveitar!