Silêncio a dois

Embora houvesse amor,

Havia um silêncio

Que não tinha fim.

Das muitas perguntas

Nunca respondidas

Nem com não e nem sim.

Talvez nunca existiu um tempo

Ou nenhum momento

De se perguntar

Por coisas que tinham seus valores

E que por uma vida

Só fez esperar.

E hoje em dia

Uma tristeza cinza

Vem se revelar

Num peito cheio

De um vazio

Do não ter que estar

Moendo os ressentimentos

Que brotaram em culpas

Por nada saber

Estando sempre a agonia

Fazendo a partilha

Até onde se sabe: morrer.

Geraldo Lys
Enviado por Geraldo Lys em 07/07/2011
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