Dá um tempo, tempo!

Que crueldade mais insana provoca!

Não vês que seu tempo já se esgotou?

Procures, olhe através desta porta

e encontrarás o que de mim restou!

Dá um tempo, tempo!

Nem um minuto a mais para me recompor?

Nenhum ano a mais para me lembrar?

Meus olhos já nem enxergam mais a cor!

Dos lábios seus, naquele dia a me beijar...

Minha alma nem tenta mais se entender

Minha memória se restringiu a selecionar:

"isso ainda serve, foi um belo alvorecer"

"isso jogarei fora: Já desisti de te amar..."

E o tempo... Senhor de minha vida?

Continua a ditar-me regras sem saber:

- Por mais que estejas certo em sua lida

Não conseguiu por fim me compreender

Só peço-te uma coisa agora:

Dá um tempo, tempo!

E deixe-me livre para escolher...

Gele
Enviado por Gele em 03/12/2006
Reeditado em 03/12/2006
Código do texto: T308489