.surgiu.

[o momento é outro. onde até o instante é coeso. a necessidade é idêntica. com todas as cores de uma aquarela. de uma estação de flores bicolores. porque são dois. que insistem em misturar seus poléns.]

Aqui cabe um conto.

Igual como no dia em que o vi pela primeira vez.

É tão imutável a calma que assola com a tua voz.

É tão sensível o momento em que fico contigo.

Quase não me movo.

Que é pra você não se distrair.

Como se falasse com toda a propriedade

para a platéia que salta dos meus olhos.

Como se antes não soubesse da cólera de uma paixão.

Acontece que preferimos viver assim.

Com a sensação de que tudo é para sempre.

Que é pra quando acabar podermos nos lamentar.

Em letras.

Em versos.

Em prosa.

Ou no conto, que eu te dou esse desconto.

De ser especialmente pra ti.

Assim sob medida.

Num tecido de primeira.

Eu é que com tesoura não sei lidar.

Por isso deixo-me inteira.

Pra que você possa moldar.

Ana Maria de Queiroz

03.VII.2011

Ana Maria de Queiroz
Enviado por Ana Maria de Queiroz em 09/07/2011
Reeditado em 09/07/2011
Código do texto: T3085772
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