Uma sociedade de contrastes

Olho os olhos de uma criança de rua

A tristeza perpassa sua alma cansada, triste

Vejo vitrines enfeitadas

Com seus bonecos frios e bem vestidos

Encontro mães com seus filhos doentes

O desespero atormenta-lhe a face, o coração

Deparo-me com mães sem tempo

Que trocam seu amor por bens materiais

Sinto a solidão de filhos sem seus pais

E o vazio dormente de uma ausência dolorida

Encontro velhos esquecidos, dilacerados

Atormentados pela frieza do abandono

Vejo crianças em sinais, em prostíbulos

Pedintes de rua, vendendo seus corpos

Convivo com crianças fúteis

Educadas por rico aparato tecnológico

Deparo-me diariamente com cenas contrastantes

Resultado único de estruturas falidas

Frutos de uma sociedade desprovida de valores

Sentimentais, morais e éticos.