nossos caos

Humanos, animais loucos, maravilhosos

Genocidas, suicidas

Pensamos livrar o mundo da escória

nos livrando de nós mesmos

Detestáveis, adoráveis bailamos

entre a penúria e a fúria e se algumas vezes daninhos

perversos, imersos em dores fantasmas

Noutras, fantásticos navegadores!

Somos os navegantes, os homens orgânicos

herméticos

neuróticos

exóticos

Tão raros, tão caros

Tão tolos, tão ocos

Complexos

Perplexos

Penitentes, dementes

Chorando e sorrindo

Amando e parindo

Matando e mentindo

Criando nosso próprio inferno

quando pensamos que já sabemos pensar

sozinhos, somos assim, abdicamos do pai

e da mãe, do mentor

E a partir deste dia haverá um dia

bendito maldito dia, em que acordaremos

e o nosso mapa existencial colado na parede

há tanto, nem existirá mais

Estará tão modificado, não conseguiremos lê-lo

Todas as linhas acinzentadas, desaparecidas

Impossível identificar um trapiche, a parede

Estaremos completamente perdidos, à deriva

Haveremos então de criar novas coordenadas

novos itens para nosso próximo caos

Existencial

Ou isto ou a morte!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 12/07/2011
Reeditado em 12/07/2011
Código do texto: T3090323