Redoma


Depois que arrumo a casa
já não me sobram asas
para ir além da razão.

Fico à procura de espaços,
mergulho em qualquer regaço
normalmente um sofá velho
acolhedor da intenção
de não me ver no espelho
reflito sem interrogação.

Estética esta aventura
da ética com que trato
o esfolado do joelho.

Entro em minha redoma
quisera, falsa escultura,
num apelo de axioma
a prova de estar que consigo,
só um eu, de mim comigo
em cristalina clausura.