A dança dos guarda-chuvas

foram-se os outros;

os que ficaram,

não os outros.

carregava uma ponta da corda~

eram muitas as cores

por debaixo da capa, da haste, do braço firme que empunhava

era segunda, a feira.

a rua mexia o ensopado de borracha

e a calçada esquadrinhava, ácida, o sinaleiro

as cordas se rompiam a todo o momento

e as vidas viviam de carne e hepatite

já que a enxurrada não lavava os patuás

~

os gritos vão cessar

mas a dança não pode parar.

Augusto Guimarães
Enviado por Augusto Guimarães em 05/12/2006
Reeditado em 05/12/2006
Código do texto: T309785