Ainda que

E se me vier buscar

além da estrada de terra

dos galhos negros sob o céu escarlate

após a curva da rocha

pouco além do rio revolto

e bem próximo a redoma de pedra

Nâo me encontraria

E se me esperasse ver

Com a cabeça entre os joelhos

escutando sussurros do lamento

a misturar-se ao ruído do campo úmido

fechado em folhagens foscas

Ou ainda que me buscasse com olhos amenos

e uma pena entre os dedos

Na hora de profunda solidão

Quando se busca

palavras no íntimo,

a sofrer humilde a dor do corte

Não me veria

E além de qualquer estrada

qualquer martírio

E ainda de qualquer palavra

e natureza inexpressivel

Se para mim foi

e há muito

Assim

baixando os olhos para a infelicidade

Abraça o que lhe cai do céu

Quanto a mim

o que nutre a folha

Turkk
Enviado por Turkk em 24/07/2011
Reeditado em 28/08/2011
Código do texto: T3115860
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