O poema é o meu grito

O poema é o meu grito.

O grito que desperta em mim

a vontade mais forte

de gritar.

Gritar bem alto

e fazer ouvir a raiva e a dor

por ter calado tanto tempo

a vontade amordaçada

que doía

nesta revolta interior.

Que importa que me algemem os pulsos

e me roubem o papel

onde verto a raiva nos versos do meu grito?!

Algemem-me os pulsos

algemem…

Prendam-me, encarcerem-me

que também me hão-de soltar;

mas não me amordacem

não me amordacem que eu não me deixo

por ninguém amordaçar.

Cortem-me as mãos, decepem-me…

Porque ainda que me tirem a possibilidade

de escrever o meu grito

não vão ter a possibilidade de me roubar

o fôlego que me vai na alma

o poema que trago nas veias

até que um dia o ponha na rua

e aos ventos da liberdade

o possa gritar.

Alvaro Giesta
Enviado por Alvaro Giesta em 24/07/2011
Código do texto: T3115899
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