Previsões
Espero-te pelas tardes vindouras
Em que o sol se apazígua e se guarda
Em silêncio mágico e ancestral
Para, mortais, nos receber.
Espero-te em vindouras noites
Em que a lua não fria
Prateia e quase embranquece o infinito
Maleando dos teus olhos desinibidos
Esse brilho
Que me atinge e respalda.
Quero-te em novas luas
Em constelações nascentes
Em estrelas dispersas,
Em mantras transcendentes
E alegrias, todas joviais.
Quero hoje, pois do amanhã não se sabe.
E o antes já não existe.
Quero-te em nuvens transparentes e deslizantes
Que é quando o firmamento te seduz
E teus olhos se prendem infindos
Ao exalarem-se em contínua espera.
Pelo que nos virá tão belo e pacífico.
Virá para nós numa expectativa voraz
De displicência audaciosa
De que o tempo se enterneça e nos absorva
De que o tempo nos guarde em seus infatigáveis braços,
Dessas nossas faltas. Desse nosso não ter
E ainda assim, querer com todos os anseios.
E que sejam rápidos os desígnios do tempo.
Que todo o movimento se cumpra sólido
Para que enfim nos tornemos
O esperado para sempre, de sinônimo definitivo
Que sempre tem em seu leito a poesia
Que descansa e indubitável retorna
A um mesmo princípio.
O título da vida.
***imagens google***