TRINADOS
Sons esparsos surgindo pla calada,
iluminando as almas de esperança,
como um bardo cantando uma balada
encantado com risos de criança
que nas ondas da música é levada,
embalada no ritmo dessa dança
oculta pelas névoas da tristeza
vencida pelo brilho da beleza...
São acordes... trinados de paixão
arrancados do fundo dessa dor
que, lancinante, fere o coração,
ou lamentos tingidos pela cor
com que pintas as horas de aflição
aguardando a chegada dum amor
desvendado nas dobras doutro monte
cujo cume desponta no horizonte.
São lágrimas perdidas numa tela,
pérolas de emoção embevecidas,
são dádivas de luz que, numa estrela,
devolverão as crenças já esquecidas,
ou pétalas que a vida nos revela
para salvar as almas que, perdidas,
aguardam num silêncio pertinaz
que as inundem de amor e muita paz..
Sintra, 04/11/2006