TRINADOS

Sons esparsos surgindo pla calada,

iluminando as almas de esperança,

como um bardo cantando uma balada

encantado com risos de criança

que nas ondas da música é levada,

embalada no ritmo dessa dança

oculta pelas névoas da tristeza

vencida pelo brilho da beleza...

São acordes... trinados de paixão

arrancados do fundo dessa dor

que, lancinante, fere o coração,

ou lamentos tingidos pela cor

com que pintas as horas de aflição

aguardando a chegada dum amor

desvendado nas dobras doutro monte

cujo cume desponta no horizonte.

São lágrimas perdidas numa tela,

pérolas de emoção embevecidas,

são dádivas de luz que, numa estrela,

devolverão as crenças já esquecidas,

ou pétalas que a vida nos revela

para salvar as almas que, perdidas,

aguardam num silêncio pertinaz

que as inundem de amor e muita paz..

Sintra, 04/11/2006

António CastelBranco
Enviado por António CastelBranco em 07/12/2006
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