DESCONCERTO
Sou ternura tímida que se perdeu,
A mão severa que não acarinhou,
Sonho que não aconteceu.
Sou a palavra amiga que se calou,
O ato rebelde que se acovardou,
O passo que se desviou.
Sou a mãe ausente que não acalantou,
A mulher contida que não se liberou,
Amor que recrudesceu.
Sou os meus erros e arrependimentos,
Caminho de meus desconcertos,
As rugas que me rabiscaram.
Mas sei que tenho uma outra história,
Marcada por uma vida iluminada,
O reverso desta alma.