DESCONCERTO

Sou ternura tímida que se perdeu,

A mão severa que não acarinhou,

Sonho que não aconteceu.

Sou a palavra amiga que se calou,

O ato rebelde que se acovardou,

O passo que se desviou.

Sou a mãe ausente que não acalantou,

A mulher contida que não se liberou,

Amor que recrudesceu.

Sou os meus erros e arrependimentos,

Caminho de meus desconcertos,

As rugas que me rabiscaram.

Mas sei que tenho uma outra história,

Marcada por uma vida iluminada,

O reverso desta alma.

vitória Paterna
Enviado por vitória Paterna em 08/12/2006
Código do texto: T312470