Espectros do amanhã

“Um fantasma é tão real / como a fachada gótica / de uma catedral”. (Ledo Ivo)

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Um espectro desfila na tua calçada

Abismado com tua nova imagem;

Ele ressurgiu do abismo do falso lirismo

Perdido nas ruínas da tua maquiagem.

Vencidos pela força da forca do tempo frio

Aguardam alquebrados os desatinos da vida

Não há isentos das (in)glórias deste útil mundo

Que sorrirá na última manhã cinzenta de estio

Somos todos fantasmas do mesmo amanhã

Entregues à forca da força de diversos tempos;

Somos a ignóbil resistência das (in)úteis horas

Ante aos ponteiros e seus frios contratempos.

Em cada desespero das horas mortas

Um novo espectro rondará nossa cidade

Sedento das outrora vidas e glórias

Perambulando carente com suas histórias.

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 08/12/2006
Reeditado em 09/11/2012
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