Soneto Esperança

Do mar ao largo o que houver,

Suave têmpora ou rude golpe

(E sejas tu ao que vier),

Não tem amarra ou chicote

Que te prenda ou ofenda;

Traça teu rumo como ao primeiro,

Aceita-o como a uma oferenda,

E sê tu teu próprio companheiro.

Porque ter asas e não voar,

Pôr no longe o que perto está,

Ser a sorte que só ela dá,

É caminho que não se sente,

E andamos assim, como a gente,

A fingir caminhos, p'ra andar.

Jorge Humberto

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 05/07/2005
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