Sextina do Vento


Vou carregada pelo vento forte;
mesmo que eu seja firme, ele me abate,
desmancha me cabelo, sem nenhuma
preocupação comigo, com o que sinto.
Eu, rio, debato-me, sigo ao Vento
Em busca do destino, junto ao Mar.

E será que meu destino é mesmo o Mar?
Agarro o que puder com braço forte;
gargalho muito mostrando a esse Vento
que ele tem muita força e, não me abate
a sede de vida que tenho e que sinto
e preocupação mostre mais nenhuma.


Comigo não levo coisa nenhuma,
a não ser a presença desse Mar;
também não choro, não,que dor não sinto,
pois que luto com algo bem mais forte
que pode m’encolher mas não me abate;
calo-me na batalha com o Vento.


Nesse rodamoinho apenas... Vento
sem pena carrega coisa nenhuma,
que puxa meu cabelo e, não m’abate
por mais longo o caminho para o Mar.
O Vento sempre soube que sou forte,
não quer se aperceber da dor que sinto.


Não vou dizer num poema o que sinto;
a ventania quem fez foi só o Vento
que se considerou superior, forte...
Fez muito banzé pra coisa nenhuma.
O Vento me carrega e olho por Mar:
o meu destino implacável me abate.



Só eu, sem tino algum, o Vento no’abate.
Sem poema, sem rima, dor eu sinto;
sinto dor e tristeza sem o Mar,
porque pra muito longe levou-me o Vento
que não enxugou lágrima nenhuma
e acreditei qu’era forte, bem forte...

Ah! Vento que é mais forte!  Espere o abate!
Agora sou mais forte, melhor, digo o que sinto:
Meu destino é maior. Sigo pro Mar

 





Imagem Google
MVA
Enviado por MVA em 01/08/2011
Reeditado em 10/08/2011
Código do texto: T3131696
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