de antropofagias

acordamos cedo, eu e o meu instinto predador

no cardápio as iguarias me consomem

com os olhos, uns com gosto outros com fome

de um jeito ou de outro querem me comer, também

com os dentes, com os dedos, garfo e facas

desfiar minha carne, tomar meu sangue, todo muco

sorver meu humor, sugar minha alma, e a calma

o mundo ficou maluco, não há mais o que caçar

cacemos homens, o mais perfeito, o mais sagaz

de todos os animais, os tiremos dos viveiros e

os coloquemos em outro menor, ou maior

estudemos o tamanho e natureza da caça

façamos o mesmo feito aos outros comensais

depois voltemos tranquilamente ao leito

alma limpa, sono solto dos justos, iguais!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 01/08/2011
Reeditado em 05/08/2011
Código do texto: T3133213