Setas

Não sou a lua dourada…Nem a prata pelo lobo adornada.
Sou o vértice que muda de ponto... Sou as frestas que delineio em eras... Tempo não me resta.
Ainda canto a canção predileta... Solto os cabelos ao vento... Rasgo o abismo, em dança seleta.
Moldo-me às escolhas certas... Metas... Música Celta rompe os tímpanos da moça da janela.
Beijo com gosto de futuro... Ou muros?... A face tem duas cores... Eu, apenas a minha... Limpa.
Beijo o gosto do silêncio... Sou as mãos que acariciam o rosto de quem me ama de fato... Ato.
Passeiam as criaturas sobre o solo... Andam... Andam e não chegam a lugar algum. Rodeiam e perdem o carinho mais doce... Desculpas e falhas... Malhas que sufocam... Medos e rumos... Prumos.
Ainda rodo em ventre de medalhas... Ainda suo o salivar em conchas... Ainda amo além da conta.
Perdidos são os que ruminam as palavras em cercas de arame farpado... De mim, um abraço de destino... Um beijo na testa da lembrança... E os dias passam... Passarinho.

20:01