um denominador comum
Se resolvesse entrar em erupção de fato
o estrago seria maior do que já está feito?
Cães de Kerouac sentem o cheiro e me perseguem
Mudo para o telhado prego a existência de Deus e o domínio da razão
Bruxos e duendes existem mesmo, falasse a língua dos matemáticos teria enchido páginas mais páginas com teoremas!
Falo a dos poetas, rabisco versos, sinto, descabelo-me, volto a fumar
Passo um bom tempo olhando o cigarro aceso entre os meus dedos
Fumo incinerado não é para se tragar
Vejo a pequena tocha sem chamas sendo sugada, reavivada pelo pajé clareando, espantando insetos e maus espíritos
aquecendo rosto e mãos! Movo meus lábios...
Sorrio, de um jeito ou de outro sempre enlouquecemos
Um par de chinelas azuis me espera na beira da cama
Não o calço, ando com meias brancas sobre o chão empoeirado
A esta altura só ouço o som dos meus próprios passos indo
em direção ao banheiro, água do chuveiro escorre feito cachoeira
O vaso sanitário me parece a invenção mais genial
Não sei por quanto tempo fico guardada ali
Sentindo o cheiro da minha própria merda naquele santuário!
Não passamos de ser isto, uns cagões
Mesmo tendo desenvolvido tantas habilidades
Ainda é o melhor que sabemos fazer nesta vida!