Quando o Sol Torra...
Tem horas que o sol torra.
Tem horas que o sangue ferve e o sentimento é gelado.
Tem horas que não adianta rezar.
Clamar, se esbravejar ou se espernear.
Tem horas que é nossa hora mesmo.
E não tem jeito.
Tem horas que o grito some.
A boca não abre.
Seca...
Trava.
Tem horas que o instinto dita regra.
Em que desonras, desforras, corpo, ânimos, via de regras, têm também suas horas.
Tem horas que não vale o respeito.
Não tem mais o que fazer ou pensar.
Mesmo!
Tudo já era...
E nem adianta mais olhar pela fresta...
Aí, meu amigo, se vira bicho mesmo, não os grilos de outros tempos, nem as bichas do caralho...
Tem hora que se vira irracional.
E só resta correr...
Mas, correr pra onde?
• Dedicado aos primeiros hominídeos devorados por feras em suas épocas imemoriais...
Savok Onaitsirk, 21.07.11.