Quando o Sol Torra...

Tem horas que o sol torra.

Tem horas que o sangue ferve e o sentimento é gelado.

Tem horas que não adianta rezar.

Clamar, se esbravejar ou se espernear.

Tem horas que é nossa hora mesmo.

E não tem jeito.

Tem horas que o grito some.

A boca não abre.

Seca...

Trava.

Tem horas que o instinto dita regra.

Em que desonras, desforras, corpo, ânimos, via de regras, têm também suas horas.

Tem horas que não vale o respeito.

Não tem mais o que fazer ou pensar.

Mesmo!

Tudo já era...

E nem adianta mais olhar pela fresta...

Aí, meu amigo, se vira bicho mesmo, não os grilos de outros tempos, nem as bichas do caralho...

Tem hora que se vira irracional.

E só resta correr...

Mas, correr pra onde?

• Dedicado aos primeiros hominídeos devorados por feras em suas épocas imemoriais...

Savok Onaitsirk, 21.07.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 07/08/2011
Reeditado em 07/08/2011
Código do texto: T3144611
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.