bandeiras
Cheia de viver sob pressão fui ser normal
Depilei pelos, furei orelhas, andei sobre saltos
Montei empresa, casei-me com a igreja
Ousei questionar, a fé não me coube!
Tentando ser normal resolvi não parir, parar de rir
Voltei à escola, escolhi estudar história - humana -
Eu vi, o problema não é em mim, desisti
Vim ser poeta na vida, a poesia cabe tudo!
Não me coube, é pouco isto de ficar no meio do mundo,
pegar estrada - elas as estradas sempre vão dar
no princípio delas mesmas - resolvo sair, errar as trilhas
quebrar o salto e a empresa, viver solteira!
Assim, sem eira nem beira, de um jeito estranho
ser um pouco mais livre, ter o mundo sem deixá-lo
tomar posse da minha alma, é duro eu sei, mas é melhor
que o resto, que nada, porque nada sou eu!