sonhando

Homem, dá-me um pouco d'água da tua fonte

Ensina-me a amar com os pés no chão, teu chão

Ser mais tolerante que era antes

E um pouco menos do que penso poder!

Em voo rasante leva-me à tua praia, pisar a areia

Deixa-me ir contigo ver o mar ao entardecer

ao amanhecer divida teu banco comigo

E o teu humor, teu horror!

Dá-me um pouco do teu sol, teu sal

Pega-me pela mão e como à uma criança mostra-me

o mundo, o teu mundo

E se eu me assustar coça-me a nuca e as orelhas!

Deixe que eu me apaixone por teu cheiro

Permita que eu viva assim só um dia

ao menos um dia, inteiro...

E depois se eu quiser partir, deixa que eu vá, permita-me migrar!

Não aguento muito frio nem muito sol

Excessos sempre me causam cicatrizes

Por tanto debater estou me ferindo

E eu vicio muito fácil!

Mas se eu ousar apagar teu sol, sujar tua praia

poluir teu mar, tomar de ti o banco, expulsa-me

terei enlouquecido, estarei humana demais

E com humanos nunca se sabe!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 08/08/2011
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T3147771