O que move o amor?

Ela dançava na noite escura

Ao som dos tambores

Livre eram os seus passos

E a coreografia não era resultado de forçosos ensaios

Mas algo assim totalmente natural

Como a própria vida, inesperada

Como a própria vida, sem repetições

Mas quando a música acabava

Ela simplesmente não podia retroceder a fita

E repetir movimentos e repetir momentos

E repetir, a própria vida jamais se repete

Nem mesmo na semelhaça de um olhar

Ela dançava na noite escura

Imaginando quando iria reencontrar o amor

Pensava ele estar tão próximo nestes instantes

E por eles era feliz, feliz!

Ao som dos tambores a noite se tornou dia

E ela acordou com um sorriso nos lábios

O que move o amor?

Um sorriso inesperado, uma flor no dia dos namorados?

O que move o amor?

São os movimentos que jamais se repetem?

É a fita que não retrocede?

O que move o amor?