À deriva

O tumbeiro está sem capitão,

Sem timão e sem direção

O tumbeiro singra o mar

E o coração sangra sem parar

À deriva, à deriva estão nossas vidas...

Porque somos os malditos meninos

Esquecidos no além mar

Vivendo e morrendo num covil

Da mais grave peçonha

A língua humana

Que não se acanha

Em destruir a sua própria

Vida humana

Aqui não é o céu

Aqui não é o paraíso, nem tão pouco o inferno

É a terra lugar de prejuízo, de descuido,

De insultos, de surtos...

É Terra de meninos moribundos

Perdidos e sem direção,

Vivendo sem rumo, sem tino

Soprados pelo vento do destino

Jogados nesse mar de lá para cá

Sem poder andar aleijados

Com as pernas quebradas

E braços amordaçados

Somos os meninos malditos e esquecidos

Nessa terra de desgraça

Todos à deriva vivendo

No meio dessa fumaça

De falácias envenenadas e enganadas

Marcello dos Anjos
Enviado por Marcello dos Anjos em 09/08/2011
Reeditado em 16/08/2011
Código do texto: T3148707