À deriva
O tumbeiro está sem capitão,
Sem timão e sem direção
O tumbeiro singra o mar
E o coração sangra sem parar
À deriva, à deriva estão nossas vidas...
Porque somos os malditos meninos
Esquecidos no além mar
Vivendo e morrendo num covil
Da mais grave peçonha
A língua humana
Que não se acanha
Em destruir a sua própria
Vida humana
Aqui não é o céu
Aqui não é o paraíso, nem tão pouco o inferno
É a terra lugar de prejuízo, de descuido,
De insultos, de surtos...
É Terra de meninos moribundos
Perdidos e sem direção,
Vivendo sem rumo, sem tino
Soprados pelo vento do destino
Jogados nesse mar de lá para cá
Sem poder andar aleijados
Com as pernas quebradas
E braços amordaçados
Somos os meninos malditos e esquecidos
Nessa terra de desgraça
Todos à deriva vivendo
No meio dessa fumaça
De falácias envenenadas e enganadas