Vazio de vazios...

Navegando nos mares

Desconhecidos do existir

Vou silenciando e mudando

E depois de tanto tempo

Eu paro com o rosto já trocado,

Retocado pelo tempo,

Com olhos murchos e esbranquiçados,

Mas ainda sendo portas

Da mesma alma, um pouquinho

Mais ciente, aprendida...

A alma é inolvidável e eterna

Carrega as coisas feitas

E pensadas entre cada nascimento

E morrimento do nosso ser,

Essa alma depois de tanto tempo

Contemplando as estrelas

E as corredeiras, os desertos

E as trilhas, está solitária de ti...

Vou silenciando e mudando,

Navegando por mares do existir,

Esses mares de vastidão imensa

Que não tem fim,

Desertos de pensamentos,

Pensamentos tumultuados

Cheios de questionamentos

E desconfianças,

Desconfianças que não deixam

O espírito parar e descansar

E transforma esses mares

Em tempestuosos maremotos

Que torturam a mente indecisa

De existir com a real situação

De está solitária de ti...

Vou mudando a face

Ao toque do vento,

Mas o coração apenas

Envelhece de trabalhar,

Ele fica lá dentro batendo,

Como se quisesse sair,

Está também esperando

Que essa solidão inexista

E assim ele se complete

Vazio de vazios...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 12/08/2011
Reeditado em 12/08/2011
Código do texto: T3155330
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