Uma simples mulher

Planejo hoje meus movimentos com atenção.

Pretendo não mais me desviar com as claridades ofuscantes.

Impressões.

Mentiras simuladas em realidades.

Corri muitíssimo.

E a via ainda é desmesurada.

Será que fui verdadeira todo o tempo?

Com outrem, algumas vezes, sim.

Olhando no interior do meu espírito, não, não fui.

Cansei das ações refletidas.

Menosprezadas, encobertas, construídas.

Mergulhei num lago profundo e ali me contemplei:

Sufocando, martirizando, enlaçada e

Se debatendo em nós sem préstimo.

Fui ao auxílio de mim própria.

Autonomia, por fim.

Seus olhos, que são os meus,

Me olham com gratidão e contentamento.

Juntas, subimos à superfície e retomamos terrenos abandonados.

Não sei em que momento seu reflexo fugiu de meus olhos,

Mas sinto sua presença como dantes jamais senti.

Afinal de contas, somos só uma,

Ilusões e realidades de uma simples mulher.

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 12/08/2011
Código do texto: T3156809
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