Correntes naturais

Quatro ângulos retos,

lençois azuis,

ruidos qüotidioanos…

Eu deitada na cama vendo o tempo passar.

É a lei dos corpos:

Inércia!

Abstraçao intrínseca à qualquer concretude.

Crueldade!

Abstraçao… abstraçao.

Um saco cheio de a-coisas conduzidas pelo mesmo fio.

Abstraçao: mais um minuto!

E eu permaneço ao teu lado.

Outros e mesmos ruidos,

mais rugas no lençol,

qüotidianos e distintos pensamentos…

Mais uma a-conta se metendo nesse fio.

Inércia!

Que gen cruel…

Desfaz-te de mim!

Socorro! Como destruir o imaterial?

Socorro! Como romper os fios que me movimentam?

Mais um minuto!

Os ângulos sao muito concretos,

os lençóis me afundam ainda mais

e os sons bastante conhecidos pra me alterar.

Socorro, mais e mais contas!

Inércia, impotência, crueldade…

No saco se desenha meu futuro.

Socorro!

Os ângulos ainda estao de pé,

os ruidos, que ilusao! Também se conduzem pelo fio.

Eu, o lençol e a cama sobrepostos…

Nada freia esse absurdo!

Ingênua…