Lúgreme

Lúgrume

Utópica solidão envolve-me

Se povoado estar meu ser

Por sentimentos que escravizam

Minha felicidade

Distantes estão meus sonhos

Navegando em mares alheios...

Quero-os de volta!

Minha terra não fertiliza

O orvalho da paixão deixou de regar-me o corpo

E a libido já não habita meus impulsos

Saudades de meus tremores

De meus sussurros... Meus amores

Esquecida estou, no estéril solo

De minha realidade

Ventos que vergam minha altivez

E testam minha determinação

No prosseguir vivendo

Assim... Insípida língua

Perdi o paladar para o amor

Lamento escuto, vindos das entranhas do meu sexo

Mais os mesmos se perdem

Em meio às sons funestos

De minha angústia e pesar

Dividida encontro-me entre

Presente e passado...

Tão igual o sofrer

Diferente o enfrentar... Socorrer-me desaprendi

A única certeza é a cor assumida no agora

O ébano total... Infernal escuridão

Fugiu-me a luminescência dos olhos

Obscuro meu presente desponta

E o âmago de minha solidão

Sucumbi à procela

E nela, meus sonhos se esfacelam...

Pueris se afastam

Meus púrpuros sorrisos

O carmim da paixão

Já não colore meus lábios

E meu beijo já não desperta desejos

Perdi o foco...

Bússola sem sul

Desbotou-me o azul

Observadora
Enviado por Observadora em 19/08/2011
Reeditado em 07/09/2011
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