PALACETE DO BARÃO DO RIO PARDO

PALACETE DO BARÃO DO RIO PARDO

Dondetácêulisses?

_ Interior-capitá circulandoDisseu

e disse o monólogo interior que Bloom refloresce

na Sampa well annotated roteiro

_ Hell! de nadanadinha vale perdido no Limão

e o sabonete lima-limão-talismã no bolso

de Dublin até a avenida Ordem e Progresso das ruas alamedas avenida

Barão do Rio Branco

de volta ao centro velho

é Barra proFunda

e ele afunda nos ferros velhos

em ruínas da coroa da Princesa Isabel

lá da Pinacoteca

talismã lima-limão da irmã ouviu conselhos

até a Estação Júlio Prestes

à Luz prestes do dia a raiar em plena cracolândia

que pena da infância perdida no arraiá da República

Dondetácêodisseu?

Sob o cinza céu de Sampa

Infância e Paraíso perdidos

_ Santa Cecília, rogai por nós!

Ele passante no Paissandu

só desumanidade a Guerra do Paraguai

ai que inumanidade histórica

sujidade é herança

agora o belo é feiúra da cidade

e ele passante no Paissandu

o nóia manda um

_ Vai tomá no cú!

E São Bento no centro velho do Largo de Sampa triproclama:

_ Tudo está perdido agora! Êta mundo fora dos eixos! Tudo é paranóia!

Eia, um norte, man!

No inferno de dantes e antes da queda

agora ora uma bala perdida ora um murro no queixo

mundo fora dos eixos

explora implora agoniza pois a vida lança

um manto imundo sobre os desvalidos

fudidos fedidos fedorentos

nadandonadanadinho nas fezes

no mijo

os sorrisos esquizos

em cada esquina violenta

_ Ah, Northmann,Cleveland, Helvétia,

terras devastadas

nada será como antes

é madrugada e a lua alumia o gato mia e o rato corre

e num porre de solidão

da janela Bloom é máquina aberta

e surge no vazio da noite

no silêncio ator

mentado da Sampa sempre santa do paoco

hospitaleira pauapique

no Estado de Sã são e quem dera Deus o salve...

Ai, a erupção da dor

da janela, bloom!

Outro limão já ao bolso surrupiado nalameda do Barão de Limeira

talismã

_ Thomas Mann, um north, please, man!

_ Toma outro rumo, outra montanha, outra magia, outro north!

À beira da Cleveland é terra perdida perdidinha tada tadinha

e o man crivado

é o professor de perguntas cravado

_ Sim, eu CEI, sei sim!

Sabe nada

ele é um Peido de Deus

um judeuzinho zen netinho de russos errantes de olhos passantes

¬_ Deus me livre!

E o grito do Ipiranga ele ouviu, viu

depois o disse-me-disse e a boca fechada é astúcia

as flechadas de vozes penetram n’ouvidOrfeu

ô, cutucão mundo-cão!

Um trupicão ele parece um tatu a pé dependurado nos penhascos dos cascos entre os cacos da Penha

Belém Belenzinho Brás desastrado extraditado

e os olhos de lince fitam a dita cuja

coruja

no topo do casarão

do Barão que nega doação boa ação

somente a fé nas ações do café

a luz da madrugada se adensa

se expande que espanto

o triunfo do tempo é ruína

é momento histórico interditado pelo porto seguro

e os olhos de lince à espreita vigia

a sombra duma das donzelas do Barão

do Rio Pardo

mas a dama foge

ela não deseja que ele avance na sombria morada

Champs-Élysées

minha nova namorada é apenas sombra na moradia em ruínas

ela é toda suspiros no Reino dos Mortos

e os sussurros do além da bela condessa de Serra Negra

cheia de penas ainda aluga o casarão do Conde para

as crianças do Silvio

Almeida na Alameda

bem próxima do ninho terminal da existência da Princesa Isabel

todas criancinhas ao léu

e o batalhão dos caçadores dos céus

dos futuros aluninhos

vai à caça d’outro Odisseus

dum outro astuto

deseja arrancar do ninho da história outros romanos

história gira em círculos no eterno retorno do fundador das novas Romas

e a româ brota num

bloom!

_ ai, que susto, matuto que atazana

inté ratazana!

PROF.DR. SÍLVIO MEDEIROS

São Paulo, é inverno de 2011.