Míséria!

 

Tenho visto os meus versos

definharem-se , decadentes

já não falam de amor..

 

são pragmáticos, são clínicos

são cínicos só guardam rancor

meus versos são miseráveis...

 

não tem sementes, não trazem flor

Deturpam o que é inocência

E ateístas, fazem da ciência

a consciência que restou..

 

Desgraça!

Meus versos são desgraçadamente frios

incompetentes, coniventes com as exigências

e vão perdendo seus valores, sabores

as cores dão lugar a opacidade

revelam minha alma quase incolor

 

Contida, não se faz mais tempestade

nem furacão, nem me empurra

aos mares das minhas paixões

frieza é minha companhia.

 

Não rego mais as plantas da janela

pra não ver o sol surgir...

Como elas eu morro lentamente

em minhas miseráveis frases

escolhidas à dedo.

 

 

Cristina Rangel.

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 21/08/2011
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