Se tudo fosse real

Verdade utópica de mártires que ficam no desejar

Morrer igual Che Guevara sem deixar de acreditar

Que tudo pode mudar, depende da atitude

Ignorar o defeito, salientar a virtude

O pensamento mais rude que pude ter um dia eu já me desfiz

E hoje leve vôo como o 14 Biz

Plano nos verso observando o paisagismo

E o enfeito com moldura como no parnasianismo

Ilusionismo termina na esperança do fosse

Se tudo fosse real, talvez o mundo fosse doce

A paz de Gandhi em cada homem que age sem pensar

Benevolência espontânea tipo Madre de Calcutá

Deixar de esperar que o próximo se vingue

Eu imagino, igual imaginava Luterking

A vida é um eterno ringue sem Apolo ou Balboa

Mas ilustrado por Jobim, Elis e Fernando Pessoa

Desde o pássaro que voa até a estrela no infinito

E eu fazendo piada, como se fosse Oscarito

Rimo impresso em fotolito aerólito primitivo

Pro primeiro arqueólogo achado exclusivo

Se tudo fosse real Jerry não seria um rato

Emília escreveria os contos do Lobato

Não ia existir fazenda sem casa grande e senzala

Tia Benta no tanque e Tia Anastácia na sala

Roberto Freire torcendo o nariz pra minha história

Só por que desse jeito não guardariam na memória

Eu sei que o real nem sempre expressa minha visão

Se tudo fosse real seria lenda a imaginação

Demência avulsa interpretada pelos atos compulsivos

Expressões talvez cansadas por fatores incisivos

Ao som do toque de seu sino lenvanta-se o pioneiro

Expremem-se em carga de gente rumo ao navio negreiro

É mais um dia e tudo se repete novamente

A rotina intolerável absorve inconsciente

Regido pelo sono e um cansaço alem do físico

7 dias de trampo sem ter descanso é seu ofício

Aturar provocações é quase parte do cargo

Carteira sem ter registro com um salário amargo

Tenho que respeitar a lei e só não pago pra sorrir

Se tudo fosse real meus direitos iam existir

Mas só se faz real as taxas, juros e desigualdade

A verdade é que só quando escrevo sinto a liberdade

Parta comigo pra esse oceano então navegue

Só lendo o preto no branco esquece a cor da minha pele

Se o respeito existisse a paz e a revolução

Se fariam existentes alem da imaginação

Como Roberto e Sofia fugiriam da história

Dessas vontades ocultas, dos nossos sonhos de glória

Do desabafo de quem sente todas dores do mundo

Que explora o comportamento das mentes sondando a fundo

Mentes maléficas torna nosso sonho utopia

Se tudo fosse real nosso livre arbítrio nos mataria.

marcello gugu e rog oldim

rOg Oldim
Enviado por rOg Oldim em 14/12/2006
Reeditado em 05/01/2007
Código do texto: T317734