OUTRA TEMPESTADE
Nuvens carregadas ao longe
Tempestade se anuncia
Um mal como profecia
Correr pra onde?
Varre-me a ventania
Lugar algum me esconde
Dia em noite se transforma
Lua e sol em conflito
Se me apresenta o mundo, finito
A alma geme de dor, deforma
Águas, paisagens, horizonte, não é bonito
Amores, paixões, mito
Sentimentos, alegrias, dores, sem forma.
Ventos gelados soprarão
Corpo inerte, congelado
Não teme a tempestade, parado
Como árvore sem raiz, ao chão
Turbulências várias, acostumado
Sofre o paradoxo do imune, solidão...