Carne e Unha

Ando atento às distrações dos sentidos,

Comunicando com o incomunicável,

Descuidado de cuidados alheios,

Veementemente desgarrado!

Dôo sorrisos e colho bocas,

Destravo a alma e acolho as solidões,

Sou crente em vãs descrenças,

Carente da tua carência!

Quero tua palma à minha, beija-flores de carne,

Tocando os acordes da derme,

A desprender canções da pele muda

E afinar os dedos no dedilhar desafinado dessa dor!

Sabes que a felicidade é um descuido

que não deixa seqüelas permanentes.

É torrente que desembarca além do mar,

Entidade afeita a surtos de carne e osso!

Gabriel Calixto
Enviado por Gabriel Calixto em 14/12/2006
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