Arrastão

“Vermelhô, vermelhô” – ouve-se o grito
Do olheiro do mar, o mar vasto e azul
A tarde de alarma, na praia o agito
De gente morena, de gente do Sul

O barco de pesca desliza nos troncos
Em cantos e brados desdobram a rede
Afrontam as ondas os homens já prontos Confinam os peixes na extensa parede

A água pulula de áureos lampejos
No céu as gaivotas circulam voejos
Mergulham certeiras no bolo das linhas

A rede na areia expõe o malfeito
Privadas do mar que lhes é de direito
Falecem ao sol paratis e tainhas


Garopaba, Dezembro de 2003
HFigueira
Enviado por HFigueira em 26/08/2011
Reeditado em 25/01/2020
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