Ocular

Os olhos são tudo o que existe

Se movendo rápidos

Levando tudo consigo

O tempo lento

Arrastado

Contrasta com a velocidade do mundo

A rapidez dos olhos

Que são o tudo

Que são o quê

Mundo infindo

Retinas fatigadas

Os olhos são a máquina

Fotográfica

- a máquina registradora –

São o abraço

O gesto fugaz

O traço que nos marca

Os olhos são

Lugar-comum

A alma

E sua janela de onde acena encarcerada

E encena

O que se chama vida

Até que seja libertada

Pelo pó, pelo verme, pela traça

E os olhos dormem

E sonham

Com seu amor, seu vício

A sua sina eterna:

O olhar

Mas eis que distantes

distintos

como o céu e a terra

assim jazem

intangíveis

platonicamente

cada qual encerrado

em si

em seu plano

em seu canto

a se expiarem...

21/07/2009

http://esquizofrenarte.blogspot.com/

Rafael Sampaio
Enviado por Rafael Sampaio em 27/08/2011
Reeditado em 27/08/2011
Código do texto: T3185233
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