Verdade mentirosa

Á! Seja em mim uma breve passageira

Que em mim já habita uma terna companheira

Não ti preciso, em mim serias apenas vaidade

Que eu viva meus sonhos, eu e minha saudade

Jamais agora, e em momento algum me serás útil

Para chorar, tantos belos motivos tem meu pranto

A quem me entrego, a quem plenos poderes dou

De chegar sem que eu pessa, de mostrar o que eu sou

Bons amigos os tenho por tanta e fiel companhia

A saudade, por exemplo, não me deixa um só dia

E meu pranto, que beleza! Aos meus olhos extasia

A tristeza, quando chega, sempre me traz fantasia

Como vês, em que ti posso nessa vida precisar?

Não ti chamei, seja breve, tenho sonhos para sonhar

E se em teu pensar me achas a vida tão desditosa

Lamento, senhora verdade, chama-la de mentirosa

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 29/08/2011
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