Veredas

Percorrer caminhos, veredas, destino,

Percorrer a vida como estrada.

Como tempo, sem nada buscar

Sem nada pedir, por tudo querer.

Caminhar sobre o nada, sem marcas deixadas,

Em rotas perdidas que por tão vazias

Ninguém percorreu. E o horizonte?

De pálidas cores, chorando em gemídos

Bem mais que atrevidos por não serem de dor.

Revolta da luz onde o sol agoniza,

Numa estrada tão alta. que perdida se deita,

Erguida no nada, pra nada passar.

As cercas na beira da estrada cercando o vento

Num inutil não deixar passar

A brisa que insiste em mais não ficar.

Caminhar um caminho e levado a veredas

Que o próprio destino se recusa passar.

É a estrada perdida, sem portão,

Sem porteiras mas fechada está,

Seguir é tormento, voltar é loucura

Se rastros ficaram apontam um tempo

Em que viver é chorar.

O destino é inverso, o caminho é perverso

Até a sombra se curva pra poder descansar,

Os pés se agitam. o pensamento se cansa

De tanto esperar

Que a curva se dobre em reta esguia

E que um novo horizonte se possa olhar.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 29/08/2011
Reeditado em 29/08/2011
Código do texto: T3188913