Labuta
Pega a caneta poeta,
E escreve a tua maior cantoria.
Bebe do suco das folhas mortas
Que hoje incendeiam a noite,
Mas, ontem, banhavam-se à luz do dia.
Vá, não espere!
A sede das letras te tortura,
Louvando a tua existência,
Dando vida a tua loucura.
Vamos! Não vês que o verso
É o anverso da tua alma?
Ah! um poeta antigo
Ressuscitará nesta noite maior...
Escreve hoje a tua maior alegria.
Poeta, nascestes de mulher nenhuma.
Louco, és filho da poesia!