Búnquer

A guerra já não se declara,

continua-se apenas. O que brada aos céus

torna-se o dia a dia. Os heróis

ficam longe das batalhas. Os fracos

recuam para a linha de fogo.

O uniforme do dia é a paciência,

a medalha a mísera estrela

da esperança sobre o coração

Ingeborg Bachmann

Búnquer

Limites... há tantos no combate

minha alma é só casamata

mas quero erigir meu tempo,

na ânsia inútil dessa marcha.

A época de ser herói ficou para trás,

guardada em uma gaveta de escribas

desalgemada entre carinhos de traças.

Vamos empalhar o sorriso

escondê-lo entre trincheiras

de vicissitudes diminutas.

A vida esta na superfície

obstáculos, vias e profundidades...

vamos nos proteger,

no búnquer nosso de cada dia.

Vamos explodir alicerces,

vamos rezar na missa das sete,

vamos camuflar nossos preconceitos,

ultrapassar essa linha Maginot entre nós

e esquecer que somos apenas desamor.

Erivelton Machado Guimarães

e-mail:erivelton@machadoeguimaraes.com.br

Ton Machado Guimarães
Enviado por Ton Machado Guimarães em 02/09/2011
Reeditado em 20/06/2016
Código do texto: T3196380
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