Ah! Os poetas!

Ah! Os poetas! Quem são os poetas?

Que transformam o tempo,

Pintam pensamentos, modificam momentos,

Dão vida a uma pedra na beira da estrada

Que sozinha e calada chora sua dor,

Talvez por invejar um pássaro que voava,

Brincando livre, no verso do poeta.

Quem são eles que zombam da saudade

E entre lágrimas e risos confundem a dor,

Chamam a solidão e nela fazem rastros

Como se fossem caminhos em que ele brinca

De esconde-esconde com ele mesmo

E com o homem que é. Quem são esses poetas?

Que criam flores como se fossem crianças,

Invadem corações como se cada um lhes pertencesse.

Ah! Esses poetas e suas poesias!

Tão frágeis, tão delicadas, tão eternas,,

Será que são eternas por serem sutis

E assim dobram o tempo? Ou será que são eternas

Por serem... por serem... apenas poesias?

Poesia, palavras soltas que soltas seriam

Não fosse o poeta saber conquista-las,

E pra ele, tona-las passivas e saber coloca-las

Num lugar que só ela pode ocupar, como única,

Naquele lugar que a poesia lhe deixa ficar.

Quem são eles que brincam com o mundo,

Se fazem de rei ou de vagabundo,

Descobrem caminhos nunca percorridos

E se o cansaço lhes toma se deitam no tempo

Pra poder descansar. Fabríca seus sonhos

E se põe a sorrir se é preciso chorar.

Quem são esses poetas que choram suas dores

Fingindo que é dor alheia?

Ou será que choram a dor alheia

Fingindo que é a dor que sentem?

Quem são esses poetas... Quem são?

Esses poetas? ... são apenas gente.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 07/09/2011
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