O cálice e o cale-se

No canto, um cálice entornado e vazio

Na alma, um cale-se, silêncio sem canto

O cálice da mesa entornado e frio

No cale-se da alma a tristeza é um pranto

No cálice a marca de um beijo vermelho

No cale-se a dor de um silêncio profundo

Cálice, vinho, palavras ditas sem zelo

Cale-se é o grito de um amor moribundo

No cálice, vinho perdido em gotas derramadas

No cale-se, sonhos perdidos no vinho da noite

No cálice, um cale-se como um grito, um açoite

O vinho, no cálice, como fazendo esquecer

A dor do cale-se como fazendo sofrer

Cale-se é dor. O cálice é morrer sem viver

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 11/09/2011
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