Sinos
Deixo, às sílabas, o molde do pensamento...
Guardo-me na caixa das pedras mágicas... Ouço-me nos atropelos da vida. Sinos e sinas... Momentos que formam o vento.
Entre cordas bambas, tento alinhar-me ao que eu mesma cogito... Se penso, não mais existo. Essa é a lógica que a razão norteia.
O coração perde o compasso... Ele para ou eu mesma arranco do peito a semente que acolho?
Muitas idas e vindas... Faleço ao anoitecer de um dia claro.
Deixo, aos planos e alvoroçados atalhos, o meu dito falho.
Entre as cruzes e mitos, sou algo cremado.
Solitude... Nunca solidão, de fato.
Escolho o recolher dos beijos... Nunca é a palavra sem começo.
As cidades encantam a todos por igual... A mim, precisam solidificar-me em cada sílaba e saliva... Senão, eu passo.
Lenta, posso acarinhar as lembranças... Morta, nunca mais ouviria. Fixa!
20:11