Sépia
A cada passo o ocaso da vida aparece,
Numa dor insensível que adormece,
Os quadros de amor e intriga.
Quantas cores pra pintar uma ferida,
Quantas dores preciso apagar,
Quantos passos terei que sufocar
Pra não pisar em uma dor já esquecida.
Pois a morte veste as cores do abstrato
E a vida é uma dor descolorida.
Os passos são os quadros de uma vida
Que esboçou na morte o seu retrato.