AMEI UMA SILHUETA

Eu a tinha na conta de uma mulher linda,

de simplicidade franciscana mas elegante,

de boa escolaridade, sensual, provinda

de uma família respeitada e muito galante.

Passamos a nos amar, amar de verdade,

e começamos a fazer planos e planos

para o futuro, tudo com muita seriedade,

enfrentando toda sorte de óbices insanos.

Seus grandes olhos, seu rosto redondo, perfeito,

suas coxas roliças, seus seios grandes, enrijecidos,

seus cabelos negros, seus contornos gerais, jeito

fascinante de andar, me deixavam embevecido.

Em todos os lugares a sua silhueta eu via,

ora a nadar num mar azul e silencioso ora

a voar como um livre pássaro.Que magia!

Que poesia para um ser que ri e chora !

De repente, percebi que a tarde já ia morrendo.

Um espetáculo da natureza, propiciado pelo sol

despencando no horizonte, e eu não me contendo

diante da visão espetacular, rubra, do arrebol.

Eu não sabia que o mar, cantado em prosa e verso,

exercesse sobre um ser humano essa magia

de fazê-lo ficar tantas horas, tanto tempo, imerso

nos seus pensamentos, amando o que não existia.

levy pereira de menezes
Enviado por levy pereira de menezes em 19/12/2006
Código do texto: T322126